Doença de Kienböck é tema de workshop com equipe de Cirurgia de Mão do Centro Hospitalar de Santo André

Discussão de casos e últimas atualizações para o tratamento marcaram o encontro; trabalho desenvolvido no hospital obtém reconhecimento internacional   

 O workshop “Osteotomia de Encurtamento do Rádio para o Tratamento da Doença de Kienböck” foi realizado na última quarta-feira (02/10), no Centro Hospitalar Municipal de Santo André Dr. Newton da Costa Brandão. A atividade foi desenvolvida pela equipe de Ortopedia e Traumatologia especializada em Cirurgia de Mão.

O objetivo foi transmitir uma visão global sobre a doença para equipe multiprofissional, médicos, residentes e alunos da disciplina de Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). A discussão de casos clínicos e sobre as recentes atualizações para o tratamento, além de aulas práticas e expositivas, também marcaram a atividade.

A Doença de Kienböck é relativamente rara e afeta o osso semilunar (um dos pequenos ossos que fazem parte do punho) devido ao fornecimento insuficiente de sangue, o que causa dor constante na região e dificuldade para movimentar ou fechar a mão, podendo levar à necrose. Ela ocorre mais frequentemente na mão dominante dos homens entre 20 e 45 anos, geralmente em operários que fazem serviço manual pesado.

Entre os profissionais envolvidos estavam Dra. Karyse Alves, residente de Ortopedia e Traumatologia; Dr. Gary Alan, residente de Cirurgia de Mão; Dr. Bruno Biondi, preceptor de Cirurgia de Mão; e Dr. Márcio Aita, ortopedista e coordenador da equipe de Cirurgia de Mão. O CHMSA é um hospital universitário não apenas para acadêmicos de Medicina como de outras áreas da Saúde – entre elas, Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia – e foi pioneiro na região do ABC ao integrar a Rede Universitária de Telemedicina (RUTE).

Cirugia de Mão

O trabalho de cirurgia de mão realizado dentro do CHMSA tem obtido reconhecimento nacional e até fora do Brasil. Publicações internacionais da área médica vêm destacando os bons resultados obtidos no atendimento a vítimas de fraturas, acidentes com máquinas e amputações, por exemplo.

Em média, são 60 pacientes atendidos semanalmente e 500 operações realizadas por ano. Além de patologias traumáticas, são assistidas as degenerativas, congênitas e adquiridas.

A revista norte-americana Journal Wrist Surgery foi uma das mais de dez que abriram espaço para as técnicas e atendimentos realizados na cidade. Trabalhos sobre o Centro Hospitalar Municipal de Santo André já foram apresentados ainda nos congressos Brasileiro, Americano, Ibero-Latino-Americano e Europeu de Cirurgia da Mão.

O Grupo de Mão do CHMSA teve início em 2006 e contribui também com a formação de acadêmicos, residentes de Ortopedia e Traumatologia e, desde 2010, de Cirurgia de Mão. “Com o apoio de outro médico, o Dr. Walter Fukushima, iniciamos esse trabalho mais específico dentro do Centro Hospitalar, há 09 anos. Até então, os casos eram tratados pela Ortopedia”, explica o Dr. Márcio Aita (foto), que foi o primeiro residente de Cirurgia de Mão da FMABC dentro do hospital.

Dr. Walter Fukushima, que ainda hoje está no CHMSA, comandou a equipe de cirurgiões que realizou, com sucesso, o primeiro reimplante total de mão do Grande ABC, em 2007, no Hospital Mário Covas, também em Santo André. Na ocasião, um operador de gráfica teve parte da mão esquerda decepada por uma guilhotina e a amputação atingiu todos os dedos.

Além disso, a equipe de Cirurgia de Mão do hospital inscreve trabalhos sobre pacientes operados no COMUABC (Congresso Médico Universitário do ABC), tendo sido premiada nos últimos cinco anos.

Fonte: Comunicação CHMSA “Dr. Newton da Costa Brandão”
Supervisão: Gustavo Baena
Fotos: Comunicação CHMSA

 

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