Exposição: “Bazares” de Silvio Piesco
Em viagens realizadas nos últimos oito anos, Silvio Piesco passou pela Etiópia, lá visitou a capital Adis Abeba e inúmeros vilarejos e tribos ao longo do Vale do rio Omo. No continente asiático foi à Mianmar, Tailândia, China e Tibete. Em cada cidade ou tribo, visitou e registrou dezenas de bazares e feiras. A exposição de fotos inéditas Bazares, traz uma seleção de imagens feitas ao longo destes anos e orbita em torno das histórias e expressões culturais manifestadas nestas áreas de intercâmbio comercial e ponto de encontro de diferentes grupos sociais. Nas cenas típicas do dia a dia de feiras e bazares de remotas regiões asiáticas e africanas, o artista proporciona um mergulho em culturas distantes dos olhares brasileiros.
“Desde minhas primeiras viagens o que sempre me fascinou foi o choque cultural. Desde então procuro ir a lugares onde as culturas locais sofrem menos influência da cultura de massa a qual estamos submetidos. Nessa procura, acabei percebendo que os mercados são enormes fontes de cultura local. Neles conseguimos ver de perto como é o cotidiano dessas pessoas”, relata Piesco. “Quando viajamos, inevitavelmente somos turistas, o que dificulta que tenhamos um contato mais próximo com a realidade local. No mercado também sou um turista, mas consigo me misturar à multidão e assim me torno um observador da vida real e, em algumas vezes, alguém a ser observado”, completa.
Silvio Piesco, que também é instrumentista, arranjador e produtor, compôs uma trilha sonora que leva o espectador a uma experiência durante seu passeio pela exposição. A trilha é formada por fragmentos de áudios que gravou nos mercados durante as viagens. “Como quase sempre há músicos de rua, esse é um fator predominante na trilha. Mas também há o ruído local, que é formado por vozes, línguas distantes da nossa, novas e curiosas sonoridades”, relata.