AS COISAS QUE NÃO ESTÃO ESCRITAS TAMBÉM MOVEM O MUNDO

AS COISAS QUE NÃO ESTÃO ESCRITAS TAMBÉM MOVEM O MUNDO

7 de fevereiro de 2024 Off Por admin

Detalhes do Evento

Este evento irá acabar em 24 fevereiro 2024


A Casa do Olhar Luiz Sacilotto apresenta a exposição “As Coisas Que Não Estão Escritas Também Movem o Mundo”, do artista Gustavo Torrezan, com curadoria de Icaro Ferraz Vidal Junior. A exposição busca propor uma reflexão sobre como outras formas de expressão, além daquelas consagradas como meios de comunicação, também podem ser formas de construção e compartilhamento de saberes.

Na presente exposição são apresentas as seguintes obras:

As coisas que não estão escritas também movem o mundo – Um painel de LED apresenta em looping a frase “as coisas que não estão escritas também movem o mundo” como uma espécie de sátira ou propaganda evocativa de seu avesso, ou seja, como referência para outros saberes, práticas, modos de firmação, inscrição e poder contra hegemônicos que também constituem e movimentam ontologicamente o mundo.

Nunca – Um letreiro de LED com o escrito “nunca foi sorte sempre foi” em looping continuo e sem espaçamento serve de base, de aparador, para objetos comumente utilizados em guerrilhas ou manifestações populares.

Força-força – As operações, relações, construções e funcionamentos no mundo são realizadas a partir de forças ativas que constituem os gestos de existência. Partindo dessa reflexão, o trabalho apresenta um desenho composto por emaranhado de linhas que remetem aos campos de força eletromagnéticos. Ele está emoldurado, porém, a pré-suposta neutralidade do vidro é anulada ao receber a gravação do código fonte – estrutura operacional para funcionamento de um site na internet – do buscador google, meio que atua como meio na busca e configuração de informações. A sobreposição criada acaba por evidenciar as diferentes forças ativas que engendram, tencionam ou influenciam nas constituições sociais contemporânea.

Ativo-passivo – O uso indevido do hasteamento de uma bandeira branca pode ser considerado crime de guerra pelos tratados internacionais. Considerada neutra, a bandeira branca pode representar paz entre sujeitos, territórios e instituições ou ainda, se hasteada em meio a uma batalha, pode decretar seu fim ou o rendimento auferido contra um poder maior. Partindo dessas premissas, Ativo-passivo – com suas bandeiras brancas sustentadas por um mastro oscilante, presos em uma bola preta de concreto – demonstra a inconsistência dos mecanismos de apaziguamento e conciliação, já que sugere a inexistência de qualquer estabilidade na estrutura de amparo. Ao evidenciar vetores antagônicos – o preto e o branco, o ativo e o passivo – a armação em destaque aponta para tensão entre estímulos opostos. Nesse sentido, dinâmicas de negociação sociocultural ou geopolítica, às quais o objeto faz menção, assumem um caráter de arbitrariedade e vicissitude, avisando ser governadas por forças específicas que as controlam externamente.

Recalcitrante – Composto pela articulação de diferentes materiais, o trabalho conforma uma dinâmica “dialética” que alude a natureza recalcitrante de forças que compõem os jogos de poder.
O Brasil pelo avesso – Uma flanela comumente utilizada para limpeza é base para recorte de figuras geométricas que na composição aludem a bandeira do Brasil. O gesto que gera o corte e dobra na superfície do tecido para remeter a bandeira busca aludir, de modo irônico, as práticas de configuração do Estado, especificamente aquelas em que é suprimido uma parte de suas ações ausentando-se promete para abarcar outras que, em síntese, só reforçam e atualizam a mesma operação de exclusão e favorecimento de determinados grupos e políticas.
Apropriando-se de um utensílio comumente utilizado em ambiente doméstico para limpeza, o trabalho chama atenção para o avesso do nacionalismo negligente que no marca seja historicamente ou contemporaneamente, um Brasil que não se encaixa na beleza verde-amarela de sua bandeira e seus demais símbolos nacionais.

União – Formando uma conjunção de vinte sete bases unidas que sustentam mastros e bandeiras apontando para diversos lados, União alude ao território nacional, conformado como projeto colonial. Numa suposta uniformidade de acomodação, fazendo uso do monocromático preto e poucos materiais, evidencia um conjunto linhas que se cruzam no espaço como diferentes linhas de força que sustentam lábaros cujo número alude à configuração do Brasil como Estado nação.

SERVIÇO:

ABERTURA: 24/02/2024, SÁBADO, DAS 14H00 ÁS 18H00
VISITAÇÃO: DE 27/02/202024 A 06/04/2024
HORÁRIO: terça à sexta-feira, das 10h às 17h / sábado das 10h às 15h

CASA DO OLHAR LUIZ SACILOTTO
Rua Campos Sales, 414, centro, Santo André