CURSO LIVRE DE ARTE URBANA – ANO III
O Curso Livre de Arte Urbana – Ano III, ministrado pelo artista Thiago Vaz, é um espaço para o conhecimento e para a experimentação de diferentes técnicas das manifestações de arte popular em espaços públicos abertos, como o graffiti, o stencil, o lambe lambe e até mesmo o muralismo contemporâneo, que está tão evidente atualmente.
PROGRAMA DO CURSO
AULA 1 – Tema do encontro: O que é arte urbana?! Apresentação do curso e vivência de caligrafia urbana (tags); apresentação da breve história da arte urbana no Brasil e no Mundo, com a apreciação de livros e PPT relacionados ao tema.
AULA 2 – Oficina de introdução à técnica de stencil: os participantes irão elaborar as suas próprias máscaras de stencil baseadas na apreciação dos trabalhos de artistas que dominam a técnica.
AULA 3 – Oficina de stencil com aplicação em suportes diversos. Nessa oficina os participantes irão experimentar os diversos tipos de apliações do estêncil em variadas superfícies.
AULA 4 – Aula pública de Tipografia urbana com o artista Fábio Does. Nessa oficina os participantes irão apreciar o processo artístico do artista Fábio Does, compreendendo a elaboração de tipos de letras e composição de letreiros, caracterizado na linguagem do graffiti.
AULA 5 – Aula pública de lambe lambe com o artista Raul Zito. Na oficina os participantes irão apreciar e experienciar os processos na elaboração e execução da técnica lambe lambe.
AULA 6 – Aula pública de Muralismo contemporâneo com a artista Ziza. Nessa oficina os participantes irão apreciar e experienciar a criação, concepção e projeção de uma pintura mural.
AULA 7 – Encerramento do Curso: Avaliação coletiva do curso com a exibição do filme Free Spaces e entrega de certificados aos participantes do curso.
Thiago Vaz surgiu artista por meio do graffiti e da arte urbana ainda na década de 90. Mais foi no início dos anos 2000 que ele percebeu haver uma responsabilidade no que estava fazendo e então compreendeu que sua arte precisava ter narrativas.
Sua formação em comunicação social contribuiu para subsidiar as estratégias presentes em sua obra. O artista criou ícones para mediar a comunicação do seu trabalho com o público — desde as TVs Alienantes (2006), até a criação de Los Primus (2012): um conjunto de signos elaborados com sistema de desenhos não ocidental.
O contato com a arte indígena dos povos da Amazônia e do Mato Grosso, entre os anos 2009 e 2012 instigou o artista a criar signos que sintetizassem a comunicação em suas narrativas, dos quais ele elaborou um repertório iconográfico, que traduziu na forma de símbolos gráficos, os aspectos da cultura popular brasileira em diálogo aberto com as inscrições de pixachão da metróple.
Entre questões de identidade cultural, colonização e globalização, o artista chegou na criação de um modo peculiar de desenhar seus personagens, os quais intitulou “Los Primus”, cujo próprio nome em latim já diz, primus: primitivo, inicial, primeiro, primário, parente, etc. Subjetivamente, o ato de desenhar Los Primus é um exercício decolonial porque rompe o modo ocidental de como se desenha condicionado a representar as figuras baseadas nas artes europeias.