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Governo Federal renova programas prioritários do Mover coordenados pela Fundep, com R$ 800 mi em investimentos até 2029

Os programas prioritários do Mover (Mobilidade Verde e Inovação) coordenados pela Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) foram renovados por mais cinco anos (até 2029), com expectativa de captação e investimento de R$ 800 milhões. O Conselho Gestor do programa, de iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), aprovou as propostas técnicas de renovação das Linhas IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas e V – Biocombustíveis, Segurança e Propulsão Veicular, lideradas pela Fundação desde 2019. Juntas as duas linhas já receberam R$ 640,5 milhões em aportes para execução de 400 projetos, envolvendo mais de 300 empresas e 80 Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) em iniciativas de inovação, capacitação, formação e empreendedorismo.

Numa parceria entre o MDIC e os ministérios da Fazenda e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o Mover – substituto do programa Rota 2030 – visa ampliar as exigências de sustentabilidade na frota automotiva, além de impulsionar o desenvolvimento de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística.

Em seu novo ciclo, o programa prioritário Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas (Linha IV) – criado com o propósito de superar os desafios enfrentados por ferramentarias com baixa produtividade e defasagem tecnológica – vai priorizar o fortalecimento da plataforma Conecta Mais; o desenvolvimento e projetos de projetos de PD&I e estruturantes; a capacitação e formação profissional; e o desenvolvimento de infraestrutura complementar, além de iniciativas de sustentabilidade.

Já o programa prioritário Biocombustíveis, Segurança e Propulsão Veicular (Linha V) – que desenvolve soluções em mobilidade com foco na eletrificação do powertrain veicular para a alta eficiência energética, utilização de biocombustíveis para a geração de energia e a inovação de sistemas de segurança (ativa e passiva) para a preservação da integridade dos passageiros – terá como prioridade o desenvolvimento de iniciativas com foco em ampliar o acesso da comunidade industrial, científica, tecnológica e de inovação do Brasil à infraestrutura financiada.

Para o presidente da Fundep, professor Jaime Arturo Ramirez, a renovação dos programas prioritários coordenados pela Fundação é o reconhecimento da importância da participação de instituições de ciência e tecnologia, particularmente as universidades, em um programa que tem como objetivo fazer um elo entre as demandas da cadeia automotiva e o desenvolvimento de soluções tecnológicas. “Ao conectar múltiplos parceiros e favorecer a integração de distintas iniciativas, a Fundep propicia que as universidades e demais ICTs apoiem o desenvolvimento econômico e social, atendendo aos desafios da sociedade neste setor tão importante que é a cadeia automotiva nacional. E o faz de modo a favorecer a sustentabilidade, considerando os desafios do planeta. Estamos confiantes de que os resultados alcançados no primeiro ciclo aumentam a competitividade e a sustentabilidade do setor, e que as lições aprendidas nos conduzirão a uma nova etapa ainda mais bem-sucedida”, destaca.

Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas
A Linha IV – Ferramentarias Brasileiras Mais Competitivas tem como propósito superar os desafios enfrentados por ferramentarias com baixa produtividade e defasagem tecnológica. Com coordenação técnica do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), o foco é capacitar a cadeia de ferramentais de produtos automotivos, visando alcançar competitividade em nível global. Alinhada ao compromisso de neoindustrialização, centrada na inovação, a frente de atuação concentra suas iniciativas na otimização de prazo, custo e qualidade ao longo das diferentes fases do ciclo de vida de produção de ferramentais.

No primeiro ciclo (2019-2024) foram captados R$ 300,1 milhões, aportados por 79 empresas. Entre os resultados obtidos, destaque para a execução de 26 projetos de PD&I, totalizando a participação de 164 empresas e 39 ICTs, com o aporte de R$175 milhões e R$45,8 milhões em contrapartidas financeiras e/ou econômicas. São 315 bolsistas e 339 engenheiros envolvidos nas iniciativas do programa. Na plataforma Conecta Mais – plataforma digital que reúne ferramentarias, fornecedores, consultores e agentes de relacionamento em um mesmo ambiente, e oferece soluções gratuitas para as indústrias – são mais de 300 ferramentarias cadastradas, com 274 soluções implementadas. Em formação, destaque para a certificação de 484 profissionais em cursos voltados para qualificação técnica de ferramentarias.

Para o segundo ciclo (2024-2029), a expectativa é captar R$ 400 milhões. As principais frentes de atuação são: plataforma Conecta Mais; projetos de PD&I e estruturantes; capacitação e formação profissional; Infraestrutura complementar; e iniciativas de sustentabilidade.

O objetivo será promover a organização das empresas em plataformas colaborativas que ofereçam atendimento especializado, integrado e complementar para a fabricação de ferramentais utilizados na cadeia de mobilidade, de forma ecológica e economicamente sustentável. Também irá estabelecer iniciativas de pesquisa que impulsionem a competitividade das empresas brasileiras, assegurando o pleno atendimento do setor automotivo com ganhos em qualidade, agilidade, preços competitivos, maior confiabilidade e mais inovação.

Outro fator fundamental será a capacitação de profissionais com uma visão especializada e inovadora, difundindo novos conhecimentos para a indústria automotiva, com foco na produção de peças complexas e tecnologias de ponta e a formação de gestores de ferramentarias integradas às cadeias globais de valor, capacitados para atender às exigências do mercado internacional. Há também incentivo à transformação de conhecimento em novas tecnologias, promovendo a criação de novos produtos e serviços através do empreendedorismo de base tecnológica.

De acordo com a pesquisadora do IPT e coordenadora técnica da Linha IV, Ana Paola Villalva Braga, o próximo ciclo do programa prioritário tem como objetivo mitigar os problemas identificados no período 2019-2024, incluindo observações feitas pela coordenação e equipes dos projetos executados. “O programa busca estabelecer metas aspiracionais, incentivando o setor a repensar suas práticas e promover a criatividade. Entre as ações previstas, destaca-se a ampliação da plataforma Conecta Mais e das jornadas tecnológicas, além da formação de novos talentos e capacitação dos trabalhadores do setor. O programa também apoiará a criação de um Centro de Manufatura de ferramentas de grande porte para a fabricação de carrocerias”, destaca.

“O recurso para PD&I será direcionado à formação de grupos interdisciplinares que envolverão pesquisadores, representantes do setor automotivo e a sociedade, visando solucionar problemas complexos. Haverá, ainda, incentivo a projetos de P&D com acesso facilitado a recursos financeiros, além de ações voltadas para inovação em práticas de ESG no setor”, conclui Ana Paola.

Confira o termo de referência da Linha IV.

 

Linha V – Biocombustíveis, Segurança e Propulsão Veicular
A Linha V – Biocombustíveis, Segurança e Propulsão Veicular desenvolve soluções em mobilidade com foco na eletrificação do powertrain veicular para a alta eficiência energética, utilização de biocombustíveis para a geração de energia e a inovação de sistemas de segurança (ativa e passiva) para a preservação da integridade dos passageiros. A iniciativa está alinhada ao processo de reestruturação e modernização do setor automotivo em um contexto de transformações tecnológicas, ambientais e sociais. A coordenação técnica é da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE).

Durante o primeiro ciclo (2019-2024), a Linha V recebeu R$ 340 milhões em aportes realizados por 78 empresas. São 77 projetos de PD&I em execução, totalizando a participação de 76 empresas e 52 ICTs. Os projetos somam R$ 173 milhões, com outros R$ 133 milhões em contrapartidas financeiras e/ou econômicas, além de promover a integração de 1.370 bolsistas e 65 engenheiros envolvidos nas iniciativas.

O segundo ciclo prevê o investimento de R$ 400 milhões (2024-2029) para desenvolver iniciativas com foco em ampliar o acesso da comunidade industrial, científica, tecnológica e de inovação do Brasil à infraestrutura financiada. O próximo ciclo também irá integrar competências nacionais, com foco em tecnologias de base aplicadas, visando ao avanço estratégico do setor e o fortalecimento da formação, capacitação e retenção de recursos humanos especializados em tecnologia veicular, além de fomentar colaborações estratégicas com o setor automotivo para ampliar o impacto e a inovação. Outro fato importante será a interação e troca de conhecimentos entre as Instituições de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTs) e a cadeia automotiva, promovendo sinergia e alianças estratégicas para o desenvolvimento de processos, produtos e soluções tecnológicas no campo das tecnologias veiculares.

O professor da FEI e coordenador técnico da Linha V, Ronaldo Gonçalves, destaca que o novo período tem como meta a descarbonização do setor automotivo, por meio de ações relacionadas ao aumento de eficiência energética e redução de emissões. “A proposta foi estruturada com ações que estendam os resultados obtidos até o momento, que fortaleceu os centros de pesquisa e promoveu a intensidade da aliança universidade – indústria. Neste ciclo vamos criar núcleos de pesquisas envolvendo as temáticas demandadas da indústria no sentido de aumentar o TRL de produtos e processos em estudo, incluindo a criação e centros de especialidades que atuarão como suporte a pesquisa industrial”, explica.

Confira o termo de referência da Linha V.

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