CHMSA realiza “4º Encontro para a Discussão da Atenção à Saúde Hospitalar da População Negra”

Evento teve apresentação de dados do hospital sobre atendimentos com base no quesito raça/cor e na afrodescendência

Na última quarta-feira (28/11/18), foi promovido no anfiteatro do Centro Hospitalar Municipal de Santo André (CHMSA) “Dr. Newton da Costa Brandão” o 4º Encontro para a Discussão da Atenção à Saúde Hospitalar da População Negra. Durante o evento, foram apresentadas informações sobre atendimentos realizados a partir do questionamento sobre raça, cor e afrodescendência.

De acordo com a portaria nº 344 de 01/02/2017, do Ministério da Saúde, é obrigatório o preenchimento do quesito raça/cor nos sistemas de informação do SUS (Sistema Ùnico de Saúde). Segundo classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as cores são branca, preta, parda, amarela ou indígena.

“A coleta qualificada do quesito raça/cor nos documentos do SUS realizada pelo profissional de recepção dos serviços possibilita o levantamento de dados epidemiológicos que irão embasar políticas públicas de saúde, atendendo com equidade as demandas, doenças e agravos dos vários grupos populacionais, entre eles a população negra (pretos e pardos), com suas especificidades”, explica a Dra. Ekatriny Antoine Guerle, do Núcleo de Educação em Saúde (NES) do CHMSA e coordenadora do Comitê Municipal de Saúde da População Negra. “É uma população mais propensa a desenvolver hipertensão arterial e anemia falciforme, por exemplo”, completa.

A médica falou aos participantes sobre a finalidade do comitê e seu contexto histórico. Por sinal, Santo André foi a primeira cidade da região do Grande ABC a ter um Comitê Técnico em Saúde da População Negra. A apresentação dos dados do CHMSA sobre de atendimento à população negra ficou a cargo da funcionária Giovanna Sgarbi Ribeiro, responsável pelo SAC.

O encontro ainda foi marcado pela benção da Mãe Inês e do Pai Levi. O livro “Religiões Afro Brasileiras, Políticas de Saúde e A Resposta a Epidemia da Aids” (de Celso Ricardo Monteiro, Paula de Oliveira e Sousa e Luis Eduardo Batista) foi sorteado entre os presentes.

Curso – Já na última segunda-feira (26/11/18), teve início o “2º Curso de Saúde da População Negra”, ministrado pelo professor Luis Eduardo Batista, do Instituto de Saúde. O público-alvo são recepcionistas e secretárias de ala da Rede de Atenção à Saúde de Santo André.

O curso evidencia a importância da informação de raça/cor para a produção de dados em saúde, além dos diferenciais no perfil epidemiológico e as principais causas de doença e morte da população negra em Santo André, no estado de São Paulo e no Brasil. “Algumas doenças são genéticas, outras são aprofundadas pelas questões sociais, pela dificuldade de acesso aos serviços e pela qualidade da atenção prestada. Isso é enfatizado durante o curso”, explica o professor.

Profissionais envolvidos com a coleta de informação nos serviços municipais de saúde relataram a dificuldade da população em responder a respeito de sua cor e raça e falaram ainda de suas próprias dificuldades em lidar com a questão. “O desafio agora é mostrar para os usuários que a informação de raça/cor é fundamental para melhor identificar o perfil do adoecimento e morte da população andreense e que, ao diagnosticar, é possível traçar as melhores estratégias para a redução da morbidade e da mortalidade”, comenta Batista.

Ao melhorar o sistema de informação, a Secretaria Municipal de Saúde cumpre seu papel na promoção da saúde integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico/raciais e o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços de saúde, conforme determina a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN). A população negra representa 22% dos habitantes de Santo André, sendo a maioria usuária do SUS.

As ações municipais no campo da saúde da população negra são desenvolvidas pela Secretaria a partir do Comitê Técnico em Saúde da População Negra, coordenado pela Dra. Ekatriny Antoine Guerle, do Núcleo de Educação em Saúde (NES) do CHMSA. Secretaria e Comitê decidiram realizar o processo de formação dos profissionais de saúde envolvidos na coleta de dados dos usuários dos serviços, priorizando a melhoria da informação do quesito e raça/cor.

Realizado no prédio da Mitra Diocesana, na Praça do Carmo, o curso terá outros quatro dias disponíveis:04, 05, 06 e 07 de dezembro de 2018. O participante precisa escolher apenas uma das datas e cumprir uma carga horária de 8 horas.

Fonte: Comunicação CHMSA “Dr. Newton da Costa Brandão”
Supervisão: Gustavo Baena
Fotos: Comunicação CHMSA

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