O Salão de Arte Contemporânea existe desde 1968, sendo até o ano de 2005 conhecido como Salão de Arte Contemporânea de Santo André.
Criado por lei municipal, o evento recebe anualmente obras de artistas de todo o Brasil. Uma interessante característica é o fato dos próprios inscritos votarem em dois membros da Comissão Julgadora, que seleciona e premia as obras. Um terceiro membro é indicado pela Secretaria de Cultura da Prefeitura de Santo André.
O Salão nasceu em um momento no qual a cidade de Santo André vivia um grande processo de transformação, alterando sua paisagem de sítios e caminhos cortados pelo trem, para um centro urbano, onde o Centro Cívico tornou-se um marco no cenário local e nacional. O Salão de Exposições foi projetado para este complexo, grande conjunto edificado de autoria do arquiteto Rino Levi e do paisagista Roberto Burle Marx. As linhas e volumes de concreto até hoje desafiam nosso olhar, convidando ao passeio e a contemplação.
O artista plástico Luiz Sacilotto, nascido em Santo André em 1924, também possui com a cidade uma profunda relação ao longo de sua vida. Seu falecimento ocorre em 2003, sendo ele naquele momento um artista já publicamente reconhecido, com obras integrando coleções de museus no Brasil e no exterior. Após seu falecimento, em sua homenagem, o Salão de Arte Contemporânea, a partir de sua 33ª edição, adota seu nome.
A proposta desta exposição é compartilhar as obras premiadas nas primeiras cinco edições, entre os anos de 1968 e 1972.
Destacamos as obras dos artistas Antonio Henrique Amaral (1º Salão), Maria Auxiliadora (2º Salão), Alex Vallauri (3º Salão), Iracy Nitsche (4º Salão) e João Suzuki (5º Salão).
Antonio Henrique Amaral teve ampla retrospectiva de sua trajetória em 2021, sendo a obra que compõe o acervo importante marco de sua produção nos anos 1970. Alex Vallauri é uma referência na arte urbana e um dos precursores do graffite em São Paulo. A obra de Maria Auxiliadora integrou, em 2018, importante mostra da artista no MASP. Iracy Nitsche apresenta uma obra em tecelagem, dialogando com uma tendência presente nas novas gerações de artistas brasileiros, trinta anos depois. João Suzuki, com sua obra poética, remete a diversidade do Brasil e a potência do encontro das culturas vindas de outros estados e países.
Em resumo, estes cinco primeiros anos já sinalizavam a grandeza do porvir e a contribuição inestimável do Salão de Arte Contemporânea de Santo André / Luiz Sacilotto para a cultura nacional.